O GOBELIN COME-SE?
Ontem perguntei a um amigo se queria vir ao Kiekeben assitir a uma palestra. Sem me perguntar o tema da palestra, respondeu-me que tinha de ir ao supermercado. Disse-lhe que podia ir ao supermercado no dia seguinte e ontem à palestra... Retorquiu: "Sim, de facto, até podia, tenho uma vida estúpida, não faço nada a não ser trabalhar mas decidi ir ao supermercado hoje."
Compreendo muito bem as pessoas que se queixam da vida estúpida que levam e que não movem uma palha para a mudar. Deve ser horrível não nos podermos queixar da nossa vida estúpida, sem sentido, inútil e tão, tão curta.
Quem foi ontem ao Kiekebenart ouviu a Birgit (na foto) explicar os diferentes tipos de tela (a tela penélope, dá bem a ideia do trabalho que dá fazer um gobelin), de ponto, as 3000 tonalidades de cores de lã que existem, como se passa um desenho para a tela e como a bordadeira pinta a tela com as cores. Ficou ainda a saber a odisseia da família Kiekeben na Madeira.
Um mergulho no tempo e na arte do que não muda, que nos permite ganhar raízes para um mundo de supermercados onde tudo está sempre a mudar.